Congresso Internacional de Citros – Valencia – Espanha
Período de: 18 a 25/11/2012
A-Temas Mais Relevantes Abordados:
1-Manejo Integrado de Pragas
Manejo Integrado de Pragas Regional (MIP-R)
ou Manejo Integrado de Pragas em Áreas Amplas (MIP-AA) –
Dr. Jorge Hendrichs – Joint FAO/IAEA Division of Nuclear Techniques in Food and Agriculture, Wagramerstrasse 5, A-1400 Viena - Austria
O tema Manejo Integrado de Pragas (MIP) foi amplamento debatido neste congresso e esta havendo a necessidade de mudança urgente quanto a forma de entendermos e usarmos o mesmo, sendo a proposta que o MIP deve ser e estar adequado as nossas condições atuais de acordo com o desenvolvimento global e da sociedade humana.
Nos tempos passados as familias estavam satisfeitas com os serviços essenciais a nós realizados, como água, esgoto, abastecimento, iluminação independente de nossos vizinhos ou os que estavam a nossa volta.
Com o passar do tempo a qualidade destes serviços a nós prestados foram decaindo e para que mantivéssemos a mesma qualidade estes serviços foram transformados de “Local” para uma “Ampla Área” de Cobertura (Area- Wide -AW).
Hoje serviços como eletricidade, correios, bombeiros, saúde, transportes, telefonia, internet são muito difundidos e eficazes.
Aplicando a estratégia de Ampla Área (AW) como feito nos nossos dia a dia atuais na sociedade iremos conseguir conviver melhor com as pragas, doenças que atacam as nossas culturas no campo.
Nosso foco deve ser principalmente o manejo preventivo para evitar que estas pragas e doenças de alta capacidade reprodutiva e móvel possam infestar o ecossistema e este manejo deve ser feito através do tratamento de todos os habitats onde estão estas pragas e doenças para evitar grandes fontes de migração para áreas de interesse. Em contraste com o exposto acima o manejo convencional usado hoje foca se diretamente no problema e não na causa, que no caso é a cultura plantada, a praga que esta atacando, o produto a ser comprado e seus custos.
Esta abordagem acima somente poderá ser mudada com as empresas de defensivos criando produtos modernos e eficientes para controle das pragas e de baixa toxicidade ao ecossistema e ao ser humano. É necessário que seja feito um plano regional ou de ampla área envolvendo o planejamento e o comprometimento de produtores de pequeno porte, médio porte e empresas que estejam na região afetada, não esquecendo que devem ser usados os meios de comunicação e o tema seja debatido amplamente por toda a sociedade, pois toda aquela região depende desta exploração agrícola para sua sobrevivencia. Um outro importante ponto a ser feito é que o Manejo Integrado de Ampla Área deve ter uma coordenação comprometida com um plano de trabalho para vários anos e uma organização dedicada exclusivamente para esta implementação.
Durante várias décadas o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e o Manejo Integrado de Pragas em Amplas Áreas ou Regional (MIP-AA ou MIP-R ou AW-IPM) foram vistos como paradigmas concorrentes com diferentes objetivos e abordagens, no entanto com o passar do tempo a forma de pensar dos dois manejos foram se convergindo e atualmente o manejo Integrado de Pragas regional é amplamente aceito para pragas de alta capacidade de mobilidade (voô e infestação), como o caso da mosca das frutas, Ceratitis captata na citricultura da Espanha e do Psílideo, Diaphorina citri, transmissor do HLB no Brasil e outras pragas chaves que podem atacar outras frutas ou vegetais cultivados.
Por isso chegamos a conclusão onde é feita a gestão do Manejo de Pragas de forma Regional ou em Ampla Área, o controle da praga é mais efetivo, com menor impacto ao meio ambiente, do que a abordagem produtor a produtor de forma descordenada com vem sendo feito nos antigos moldes de MIP.
Compilado por José Luiz Silva
Membro da ATDA